O avião pousou em Barcelona no fim da tarde, sob um céu cor de laranja queimado.
Allegra olhou pela janela, os olhos presos às luzes da cidade se acendendo devagar, como se a cidade também respirasse fundo antes de receber mais uma história.
Lucca segurava sua mão com a firmeza de quem sabe quando é hora de dizer sem palavras: vai, você está pronta.
— Tô nervosa — ela sussurrou.
— Então é sinal de que importa.
Sophia, do outro lado da fileira, já estava tirando fotos do céu e dizendo “essa luz vai combinar com você, Allegra. Vai por mim.”
O motorista enviado pela galeria esperava no portão de desembarque com uma plaquinha:
“A. Bianchi — Galeria D’Introspecta”
O carro era preto, discreto, confortável. Allegra se sentou entre Lucca e Sophia, com a cidade passando pelas janelas como um filme acelerado.
As ruas vibravam. Gente andando, cores nos muros, varais de roupa entre prédios, cafés iluminados. Barcelona era tudo ao mesmo tempo: intensidade, mistura, calor, arte.
— Me sinto pequena