Capítulo 25

Nos dias seguintes, a vida ganhou um ritmo estranho — entre o sonho e o trabalho. Como se eu estivesse vivendo duas versões de mim mesma: a que responde e-mails, embala quadros, organiza entregas… e a que, sozinha no ateliê, mergulha em silêncios cheios de cor, tocando emoções que não cabem em legenda.

A coleção para Anaïs começava a nascer como quem volta pra casa depois de muito tempo fora.

As ideias vinham tímidas, mas vinham. Eu as deixava crescer aos poucos, sem pressa. O tema? Ainda indefinido. Mas as emoções estavam todas ali, esperando por tradução.

Na manhã de quarta-feira, o céu estava opaco e preguiçoso. Peguei meu caderno, um casaco velho e saí andando sem rumo. Passei por uma feirinha de livros, por uma senhora pintando aquarelas na calçada, por um cachorro com uma bandana vermelha que me arrancou um sorriso.

E, sem perceber, acabei no banco da praça.

Nosso banco.

Aquele onde o som de um violino, uma vida atrás, me fez lembrar de mim mesma.

Sentei.

Fechei os olhos.

Respir
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