Valéria narrando
Acordei com um carinho suave percorrendo meu rosto. A primeira coisa que vi foram os olhos de Matheus, intensos e ternos ao mesmo tempo. Ele estava ali, já desperto, velando meu sono como se não houvesse nada mais importante no mundo.
— Tem muito tempo que você está acordado? — perguntei, minha voz ainda rouca, carregada de sono.
— Não tem muito tempo. — ele sorriu, aquele sorriso raro que sempre desmonta minhas defesas. — Acordei e fiquei aqui velando o seu sono. Você é linda até dormindo.
Senti minhas bochechas queimarem na hora. O rubor subiu rápido e tentei esconder atrás de um sorriso tímido. Nunca sei reagir quando ele fala desse jeito.
— Bobo… — murmurei, virando o rosto para o travesseiro.
Ele riu baixo, me puxou de leve pela cintura e me roubou um beijo rápido, cheio de calma. Ficamos assim por alguns instantes, como se o tempo tivesse parado. Mas a realidade sempre bate à porta — literalmente. Qualquer empregado poderia entrar, qualquer barulho no corredor p