As horas seguiram seu curso, arrastando consigo um silêncio espesso, quebrado apenas pelo leve tic-tac de um relógio distante. Svetlana estava sentada na beira da cama, com as pernas encolhidas contra o peito e os braços ao redor delas. Pensava em Dante. No olhar escuro e penetrante, na forma como a segurara com aquela mistura de fúria e desejo. Maldição. Não queria pensar nele, mas sua mente a traía.
Do outro lado da casa, Dante também não encontrava descanso. Servira-se de um uísque duplo, mas a queimação na garganta não era suficiente para aplacar a tormenta que o corroía por dentro. O desejo por Svetlana o consumia, o enlouquecia — e ele não podia permitir isso. Não podia se mostrar fraco.
Uma risada feminina ecoou no corredor, leve, insinuante, acompanhada pelo som de saltos contra o mármore. Svetlana se endireitou imediatamente, o corpo em alerta. Deslizou até a porta e colou o ouvido à madeira, prendendo a respiração.
— Andem logo, meninas. O signore não gosta de esperar.
Seu e