Otávio Narrando
Na manhã seguinte, depois de uma noite mal dormida e com a cabeça ainda girando entre o trabalho, a Olívia e a conversa com a Alice, meu celular começou a tocar. O número eu reconheci de longe.
Respirei fundo antes de atender.
— Seu Ernesto… que surpresa — disse, forçando um tom animado.
Do outro lado, a voz grave dele veio com aquele tom paternal de sempre.
— Surpresa nada, rapaz! Faz tempo que a gente não se vê. Já tô até achando que você tá me evitando.
Soltei uma risadinha sem graça.
— Imagina… só a correria de sempre.
— Pois trate de aparecer lá em casa. Hoje. Jantar às oito. Quero te ver… e conversar um pouco. — A pausa do outro lado foi rápida, mas com intenção. — E traga companhia, se quiser.
Meu estômago deu um leve embrulho, mas aceitei.
— Pode deixar. Às oito estou aí.
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O dia passou arrastado, mas quando o relógio marcou sete e meia, lá estava eu… no carro, indo pra casa dele. Na cabeça… mil pensamentos. Principalmente sobre como eu ia adminis