Continuação.
Olívia narrando
Depois de alguns minutos escondida atrás do travesseiro, criei coragem e, com um suspiro dramático, tirei o rosto de trás dele. Otávio ainda estava ali, deitado de lado, com aquele sorrisinho de canto que me deixava nervosa e irritada ao mesmo tempo.
— Muito engraçadinho você, viu? — resmunguei.
Ele apenas deu de ombros, como se não fosse culpado de nada.
— Só estou deitado… — respondeu, com uma falsa inocência. — No meu lado da cama… respeitando o limite imposto pela… — apontou com o dedo para o travesseiro ainda esticado entre a gente — …barreira anti-Otávio.
Revirei os olhos, mas sorri de canto.
Me ajeitei do outro lado da cama, de costas pra ele, abraçando o travesseiro com força como se fosse um colete salva-vidas.
Fechei os olhos e tentei respirar fundo… ignorar a presença dele… ignorar o cheiro do sabonete… e o som da respiração dele tão próxima.
Mas é claro que minha mente não colaborou. Porque logo ouvi ele mexendo do outro lado,