Otávio
Sentei no banco frio do corredor do hospital, com o rosto entre as mãos. O coração batia como um tambor sem ritmo, e a mente rodava como se eu estivesse preso em um pesadelo que não tinha fim.
Grávida.
Alice.
Meu filho?
Balancei a cabeça, ainda em negação.
— Isso não pode estar acontecendo — murmurei pra mim mesmo.
Eu não conseguia aceitar. A possibilidade existia, claro. A noite maldita... o erro. Mas parecia um castigo pesado demais, cruel demais, justo agora.
Levantei o olhar, encarando o teto. E então veio o pensamento que mais me corroía:
— Eu não tive tempo... — sussurrei. — Não tive tempo de contar pra Olívia o que aconteceu naquela noite. De explicar, de me desculpar.
Tudo aconteceu tão rápido. A guerra com Ernesto, a empresa em risco, os processos me consumindo. E agora...
Ela estava longe. Sumida. E eu... sozinho.
Pela primeira vez na vida, eu não sabia o que fazer. Não tinha resposta pronta, nem plano B, nem saída estratégica. Nenhuma decisão parecia cer