Continuação
A claridade me incomodava.
Uma luz branca, forte demais, que parecia atravessar minhas pálpebras fechadas.
Levei alguns segundos pra entender onde eu estava… e por quê.
Abri os olhos devagar, com a cabeça latejando e o corpo pesado, como se eu tivesse corrido uma maratona enquanto dormia.
O teto branco. O cheiro de desinfetante. O som distante de máquinas apitando.
— O… o quê…? — minha voz saiu rouca, fraca.
— Graças a Deus! — ouvi a voz da minha mãe antes de vê-la.
Ela estava sentada ao lado da cama, com o rosto inchado de tanto chorar e os olhos vermelhos. Meu pai, encostado na parede, com as mãos cruzadas, também parecia aliviado, mas com aquela expressão de quem estava pronto pra dar uma bronca a qualquer momento.
— Onde… eu tô? — perguntei, tentando me mexer, mas sentindo um peso estranho no corpo.
— No hospital, filha… — minha mãe respondeu, passando a mão no meu cabelo com cuidado. — Você desmaiou lá no restaurante… E me deu o pior susto da minha vida!
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