continuação
Na manhã seguinte, depois de uma noite com vinho demais e lembranças demais, eu desci pro café da manhã com a maior cara de sono do mundo.
Quando olhei pro lado, lá estava ele.
Ângelo.
Sentado perto da janela, comendo frutas como se fosse a pessoa mais fitness da face da Terra. Como sempre.
— Olha só quem resolveu dar as caras cedo! — brinquei, me jogando na cadeira ao lado.
Ele levantou o olhar, abriu aquele sorriso que sempre me desarmava e falou:
— Achei que você fosse acordar só na hora do almoço… depois daquele showzinho de ontem.
Revirei os olhos, rindo.
— Ah, me deixa! Eu precisava extravasar um pouco.
A gente ficou um tempinho em silêncio, só curtindo aquele reencontro.
— Eu senti muita falta de você, sabia? — falei, pegando uma torrada.
— Eu também, Liv. — Ele sorriu, mexendo o café. — Mas foi preciso, né? Mudar de país… me reencontrar… me assumir.
Olhei pra ele, com carinho.
— Eu lembro como se fosse ontem… o dia que seus pais te expulsaram de casa. Lembro de te