Continuação.
Segui atrás dela por mais dois quarteirões, os passos dela cada vez mais rápidos e os meus cada vez mais impacientes.
— Olívia! — Chamei de novo, já sem me importar se alguém na rua estava ouvindo. — Para com isso! Você vai acabar tropeçando andando desse jeito.
Ela parou de repente.
Deu um giro nos calcanhares e se virou pra mim, com o rosto vermelho, os olhos marejados e o peito subindo e descendo com força.
— E o que é que você quer que eu faça, Otávio? Hein? — A voz dela saiu embargada, mas firme. — Que eu fique sentada do seu lado, sorrindo, fingindo que tá tudo bem enquanto você brinca de ser o genro perfeito daquela família? enquanto me faz ficar confusa.
Fiquei imóvel. O coração batendo forte.
— Não é isso… — comecei, mas ela levantou a mão, me cortando.
— É exatamente isso! — Ela respirou fundo, como se estivesse juntando coragem pra continuar. — Eu tô cansada de fingir que não me afeta! Cansada de bancar a madura enquanto por dentro eu tô me desfazendo!