As portas da delegacia se abriram com estrondo. Três homens entraram cambaleando, cobertos de lama e sangue, os olhos arregalados como se tivessem visto o próprio inferno. O primeiro tropeçou, agarrou-se ao balcão e gritou:
“ Ela… ela comeu eles! Meu Deus, ela devorou todos!”
O policial de plantão se ergueu, confuso.
“ Do que diabos vocês estão falando?”.
O segundo homem, tremendo, balbuciava entre soluços:
“ A gente… a gente só tava acampando… eram seis… seis de nós…” ele engasgou, o olhar perdido, e aquela mulher… loira… apareceu do nada.”
O terceiro bateu com os punhos na mesa, desesperado:
” Ela virou um bicho! Um maldito monstro! Os olhos dela brilhavam como fogo, e os dentes… Deus, os dentes! Rasgou o peito do Davi como se fosse papel!”
Um silêncio pesado tomou conta da delegacia. Até o barulho do ventilador pareceu cessar.
O policial mais velho, que já vira de tudo, soltou um meio riso descrente.
“ Vocês tão chapados?”
Mas o cheiro de sangue e o terror real nos olhos deles não