O homem na frente de Emanuele é bonito: pele escura como o ébano, cabelo raspado, olhos brilhantes e músculos grandes e definidos. No entanto, há uma coisa errada: uma MULHER deveria estar atendendo a porta. O início dessa confusão, no entanto, é apenas a ponta do iceberg: um romance ardente está prestes a surgir entre eles, assim como os obstáculos.
Leer másCada passo que Emanuele dava pelo enorme corredor no quarto andar do apartamento era doloroso, cansativo e absolutamente infernal.
A chuva torrencial lá fora também não ajudava. A pesada mala que ela arrastava estava encharcada, assim como a própria Emanuele, e já passava das onze horas da noite. Ela havia alugado um quarto naquele prédio, e a proprietária devia estar dormindo. A garota tentou ligar para o celular de Alexandra, mas aparentemente ele estava desligado.
O cabelo tingido de vermelho da garota estava grudado em seu rosto, misturado não apenas com as gotas de chuva, mas também com suor. Quase rosnando de frustração, morrendo de vergonha, frio e irritação, a garota de pele bronzeada tocou a campainha. Um estrondo de trovão soou. Será que a proprietária ficaria irritada por ela ter chegado àquela hora?
Alguns segundos se passaram. Bem, não seria nada surpreendente se ela estivesse dormindo. As mãos de Emanuele estavam tremendo de cansaço, fome e apreensão. As últimas horas tinham sido extremamente difíceis. Mas pelo menos ela estava longe do monstro que um dia chamou de mãe.
Um longo minuto depois, a campainha tocou novamente. Alexandra certamente estaria zangada. Mas quando eles conversaram pela última vez, a garota parecia muito compreensiva e doce. Emanuele tinha certeza de que ela entenderia a situação, tudo o que precisava fazer era explicar-lhe corretamente.
Quando ela estava prestes a tocar a campainha pela terceira vez, com lágrimas quase escorrendo pelo rosto, a porta finalmente se abriu.
Um homem de pele escura, com barba bem cuidada, cabelo curto e olhos cor de ônix estava parado olhando para ela, bastante confuso. E com raiva.
Emanuele queria morrer.
"Sim?" Sua voz era baixa e profunda. Embora ele estivesse obviamente com sono, isso não afetava de forma alguma sua beleza estonteante, bem como sua compleição forte.
"Eu... me desculpe, eu... Devo ter batido na porta errada. Mil desculpas."
Ela fez sinal para pegar a mala novamente, sentindo-se a pessoa mais estúpida do mundo. Será que ela havia se enganado com o número do apartamento? Emanuele se afastou do estranho enquanto colocava a mão no bolso, onde estava o celular.
"Espere, senhorita." O homem a chamou e se inclinou um pouco mais para perto da luz do corredor. A jovem percebeu que ele era muito mais velho do que ela, provavelmente na casa dos quarenta anos.
"Quem você está procurando?"
"Ah, bem... Eu vim morar com uma garota chamada Alexandra... Ela supostamente mora no número quarenta e quatro, mas... Devo ter cometido um erro. Me desculpe."
"Oh, não, você não cometeu um erro. Você é Emanuele Parker, certo?"
Emanuele não responde em um primeiro momento, ela apenas franze a testa e o encara.
"Ela teve que viajar às pressas. Mas ela pensou que você chegaria amanhã de manhã, não hoje."
A garota murmura, ainda com uma das mãos nos bolsos:
"Eu... eu não entendo".
"Meu nome é Joshua. Sou o irmão mais velho de Alexandra. Cheguei aqui há dois dias, mais ou menos, e estou cuidando do apartamento dela enquanto ela não volta."
"Mas..." Emanuele está tentando absorver tudo isso, mas não consegue. "Mas como...? Eu disse a ela que viria, tentei ligar para o celular dela..."
"Alexandra viajou para um lugar onde a cobertura é péssima, em sua maior parte. De qualquer forma, peço desculpas antecipadamente. Nem ela nem eu sabíamos que você estaria se adiantando."
"Eu... eu precisava vir imediatamente."
"Ah."
Por alguns instantes, tudo o que se ouviu foi o som da chuva.
Joshua prontamente se oferece para ajudá-la com a bolsa, mas Emanuele dá um passo para trás.
"O que você está fazendo?", ela pergunta, assustada.
"Você está encharcada por causa da chuva, provavelmente cansada e confusa. Vou ajudá-la com sua mala e vamos entrar".
"Não. Eu não vou entrar".
Joshua olha para ela, mas Emanuele não consegue encará-lo enquanto começa a falar em voz alta:
"Eu não confio em você. Alexandra nunca me disse que tinha um irmão. E... Ela poderia ter me contado isso antes."
"Eu lhe disse que era uma emergência..."
"Não. Não, não, não, não", Emanuele parecia não conseguir processar a informação. "Eu não sei quem você é, ou o que está fazendo, mas..." Ela parou, tossiu e continuou: "Mas isso não vai funcionar, certo? Desculpe-me por acordá-lo em um momento como esse. Mas estou realmente desesperada e preciso encontrar Alexandra e... E dormir."
"Emanuele..." Joshua tenta falar, mas é interrompido.
"Não!"
A garota corre e se dirige para o elevador, sem olhar para trás. As portas se abrem.
Quando Emanuele desce para o segundo andar, ela começa a chorar e procura o anúncio do aluguel na Internet. Sim, Alexandra havia escrito que o número do apartamento era quarenta e quatro.
Elas haviam conversado sobre isso, haviam acertado todos os detalhes. E era verdade que o horário previsto de chegada era na manhã seguinte, mas a garota não tinha escolha; ela literalmente tinha que correr para salvar sua vida. Será que ela havia sido vítima de um golpe?
Ela tentou não se desesperar, mas o dia estava se tornando insuportável. Ter que atravessar quase quinhentos quilômetros em uma viagem desajeitada, na chuva, encontrar um completo estranho que dizia ser irmão de uma mulher que nem sequer atendia ao telefone...
Será que ela estava condenada a se ferrar todas as vezes? Será que sua mãe estava realmente certa e ela não servia para nada?
Quando chegou ao segundo andar, Emanuele decidiu que dormiria em um motel. Ela ainda tinha dinheiro suficiente para dois ou três dias, e então veria o que poderia fazer. Acessando um mapa virtual, ela viu que o próximo hotel ficava a duas quadras de distância.
A chuva continuava a castigar impiedosamente todo o perímetro da cidade. Apesar das gotas grossas que pingavam em sua pele e cabelo, a pobre garota continuou a lutar contra o vendaval, insistindo em andar o mais rápido possível. Embora Emanuele tivesse dinheiro, em nenhum momento passou por sua cabeça comprar um guarda-chuva.
Em meio ao barulho da tempestade, a garota ouviu passos à sua esquerda, mas os ignorou. Então, ela viu sombras se aproximando.
Incapaz de formular um plano, a ruiva saiu correndo o mais rápido que pôde. Os passos de outras pessoas também começaram a correr.
Quando Emanuele virou uma esquina, ela ofegou. Uma enorme parede de tijolos a esperava no final do beco. Não havia saída.
Uma lâmina afiada roçou em seu pescoço.
"Ok, gatinha, agora fique parada."
Olhando para o belo mar diante deles em meio à madrugada escura, Emanuele disse para Joshua, que estava deitado nu ao seu lado:“Eu nunca tinha feito isso antes.”O homem ergue uma das sobrancelhas ao olhar para ela:“Sexo na praia?”“Ter uma noite de lua de mel.”Ele ri.“Bom, dependendo da frequência, perde a graça.”Ela também o acompanha na risada, também nua, e se encosta mais no corpo quente dele. Aquele lugar era um paraíso sem igual. Uma bela praia deserta numa das muitas ilhas do Caribe. Naquela época do ano, era bom que ficassem ao relento daquele jeito, já que o calor não ia embora mesmo quando o sol sumia. Ela tinha amado aquele lugar.Mas o que ela realmente amou foi quando Joshua a tomou nas areias quentes, fazendo-a gritar e chamar o nome dele, como sempre foi, desde que tiveram a primeira noite de amor. Por mais que a frequência tivesse aumentado, cada uma das transas era tão ou mais intensa quanto a última. Parecia mágico. A jovem escritora suspirou e então se sento
. . . . . . . . CINCO MESES DEPOIS . . . . . . . .Emanuele olhou-se no enorme espelho de corpo inteiro. A moça mal sabia para onde olhar, para qual detalhe se importar primeiro.Não sabia se olhava para o lindo penteado no cabelo agora castanho escuro; a cor natural.Não sabia se reparava na maquiagem impecável de seu rosto, que a deixava ainda mais bonita e radiante do que estava se sentindo.E também não sabia se olhava para o lindo vestido branco, de corte simples, enfeitado com pequenas madrepérolas. Apesar da simplicidade da roupa, era inegável dizer que a noiva estava divina naquele dia.Sorrindo, ela deu uma volta diante do próprio reflexo. Seu coração retumbava de felicidade, e ela sentiu as estrelas do céu noturno lá fora desejando-na boa sorte. A cortina de trás da porta se abriu. Uma moça baixinha e rechonchuda sorriu simpaticamente ao entrar no cômodo, admirando-a abertamente.“Senhorita Parker, está linda!”Emanuele sorriu.“Obrigada! Mas em breve deixarei de ser a se
O velho cai de joelhos no mesmo instante. Emanuele corre até ele e o abraça apertado, mas Joseph não corresponde. Ao invés disso, ele parece estar fazendo o possível para não gritar o mais alto que consegue.“Pai!” A garota diz.“Adriele morreu? Eu tive duas filhas, e uma delas morreu? É isso?! É isso o que você está me dizendo?!’Emanuele tenta conter os soluços, mas não consegue. Ao invés disso, ela diz:“Sim, pai. Eu sinto, sinto muito mesmo. Foi tudo tão rápido! Eu perdi minha mãe, minha irmã e agora… Agora você é tudo o que me resta. É literalmente tudo o que eu tenho como família!”Joseph não consegue falar nada durante um tempo, apenas chorar. Os dois estão tremendo muito. Sarah, quando viva, disse que Morgan não conseguiu ter a reação adequada, que estava quebrado demais por dentro. Mas agora ele parecia bastante emotivo. O que será que tinha acontecido?O cheiro do pai, que envolve as narinas de Emanuele, é calmante e familiar. Num estalo, ela se lembra que o mesmo aroma a e
Convencer Crimson a entrar no banco de dados da polícia para achar o endereço do pai dela não foi tão difícil.Na verdade, Emanuele ficou bem surpresa quando teve que usar apenas um dos seis argumentos ensaiados. O velho deu de ombros e disse que, àquela altura, não valia mais a pena tentar fingir que não agia extraoficialmente de vez em quando.O que realmente exigiu muita lábia da ruiva foi convencer Joshua a não ir com ela. A garota sabia que ele só queria protegê-la, mas Emanuele foi bastante assertiva em seus argumentos. Ela precisava fazer aquilo sozinha, enfrentar aquela parte de seu passado, e ver se havia alguma possibilidade de fixá-la em seu futuro.Sarah havia dito que ele se encontrava numa espiral depressiva, e que quando a viu, não conseguiu reagir adequadamente, e que aquilo havia a magoado.Emanuele então se preparou emocionalmente. Ela não se decepcionaria ou ficaria ressentida se, por um acaso, o homem que em algum momento lhe ensinou uma linda canção de ninar não s
Por alguns segundos, tudo o que Emanuele consegue fazer é encarar fixamente Joshua. Os dois ainda estão nus, e a distância entre seus corpos é a mínima possível. “O quê?” Ela pergunta, baixinho. Será que tinha escutado direito? Suas emoções a deixaram atordoada o suficiente para que ela ouvisse tal pedido?Ele dá uma risada discreta, então abre um sorriso confiante e sentimental.“Você quer se casar comigo?”A moça imediatamente se senta, encostando-se na cabeceira da cama. Ela cobre a própria nudez com o cobertor, ainda olhando para o homem, que também se senta.“Eu…”Várias coisas passam pela sua cabeça.A primeira era de que não, ela não poderia se casar. Nem naquela vida nem nunca. Todas as desgraças que lhe aconteceram, todos os traumas horríveis e infelizmente marcantes que estavam gravados na sua pele; tudo aquilo fazia do casamento em si uma ideia terrível.De acordo com os livros que a jovem lia, principalmente durante a adolescência, casamento era a união de duas pessoas. T
Assim que fecha a porta, Joshua dá beijos quentes e suaves na pele sensível do pescoço de Emanuele. O homem suspira, quase que embriagado de paixão, e murmura:“Eu amo o seu cheiro.”Com toda a delicadeza e romantismo do mundo, Joshua apoia o tronco da ruiva na cama, deixando as pernas e pés tocando o chão. Ele a acaricia por cima da roupa. Emanuele geme.“Da última vez em que estivemos juntos assim, fiz apenas uma demonstração do que poderia vir a seguir. Lembra-se?”Ele a estimula mais com a ponta do polegar, em movimentos circulares sutis e suaves. “Aquelas foram as palavras de um homem tomado de desejo, e até luxúria, se eu estiver disposto a admitir. Hoje talvez eu esteja novamente com esses sentimentos em meu corpo, mas… Há uma diferença. Agora tenho certeza de que te amo.”Ainda com o polegar no clitóris de Emanuele, Joshua a beija com vontade; o movimento da língua é suave e quente. Murmúrios saem de sua garganta, como se o professor estivesse se deliciando com aquele momento
Último capítulo