Enzo Albuquerque
O som dos monitores, os passos dos enfermeiros e o ar estéril do hospital já não me causavam estranhamento. Aquele ambiente havia se tornado parte da minha rotina, do meu cotidiano, ainda que por um motivo que eu jamais desejaria. Nando havia iniciado o tratamento, e cada dia era uma batalha silenciosa que ele travava com uma coragem que me comovia.
AnaLu estava visivelmente cansada, e, depois que todos insistiram, ela resolveu ir para casa descansar. Cheguei ao seu apartamento e ela agradeceu. Como não me convidou para entrar, preferi não pedir. Sabia que ela precisava de um tempo só para ela.
Fiquei sentado no carro por um tempo e liguei para o meu pai, pois precisava conversar. Assim que disquei, ele atendeu rapidamente.
— Alô? Enzo? — a voz dele veio rápida, ansiosa. — Está tudo bem?
— Mais ou menos, pai. Preciso conversar com o senhor.
— Claro, meu filho! Onde podemos nos encontrar?
Dei o endereço de um bar e ele disse que nos encontraríamos em meia hora. Cheguei