No dia seguinte, meu pai apareceu no hospital, trajado como se estivesse indo para uma reunião importante, mas o olhar dele revelava ansiedade. Ele me abraçou com firmeza, como fazia quando eu era criança.
— Obrigado por me chamar, filho.
— Obrigado por ter vindo.
Fomos juntos até o quarto de Nando. Abri a porta devagar. Ana estava sentada ao lado da cama, segurando a mão dele enquanto ele dormia. Ela ergueu os olhos e sorriu ao ver Lorenzo. Levantou-se e foi em direção a ele.
— Lorenzo, é um prazer rever o senhor.
— O prazer é meu, Ana. Lamento profundamente estarmos nos reencontrando nessas circunstâncias, mas estou feliz por rever você.
Eles se abraçaram brevemente. Depois, meu pai se aproximou da cama. Nando, sentindo o movimento, abriu os olhos lentamente.
— Quem é esse, papai? — perguntou com a voz fraca.
Sorri e me aproximei da cabeceira da cama.
— Esse é o seu avô, meu pai.
Nando sorriu. Mesmo debilitado, seus olhos brilharam.
— Oi, vovô! Meu nome é Fernando Marcelo Martinell