Ana Luiza Martinelli
O coração batia tão forte no meu peito que eu podia jurar que qualquer um no corredor conseguiria ouvir. Cada passo que eu dava em direção à sala reservada para acompanhantes era um desafio, um teste de coragem para alguém que já tinha enfrentado muitos.
E, como sempre, ele era pontual. Quando virei o corredor, lá estava ele: em pé, com a postura rígida, os braços cruzados e uma expressão carregada de inquietação. Seus olhos encontraram os meus e, por um instante, tudo ao redor parou.
— Ana? — ele disse com a voz engasgada. — O que está acontecendo? Você está bem mesmo? Por que marcou comigo no hospital? E por que aqui?
Enzo disparava perguntas como quem tentava controlar o caos com palavras. Respirei fundo, tentando manter o controle.
— Estou bem... e, ao mesmo tempo, não estou.
— Sua mãe está bem? — ele insistiu.
Assenti com a cabeça e fiz um gesto para que me seguisse. Entramos juntos na pequena sala. O ar parecia denso, carregado de algo que ainda não tinha no