Ana Luiza Martinelli
Gabi já havia ido embora. Precisava trabalhar. Antes de sair, me deu um abraço apertado e disse:
— Qualquer coisa, me liga. Estou a um telefonema de distância, Ana. Não hesite.
Assenti, grata por ter um amigo como ele. Agora, o quarto estava silencioso, apenas com os sons dos aparelhos monitorando meu pequeno guerreiro. Minha mãe cochilava na poltrona ao lado da janela, e eu estava de pé ao lado da cama do meu filho, observando atentamente os movimentos do médico e da enfermeira.
Ela colhia sangue do bracinho dele com todo o cuidado do mundo, enquanto meu filho apertava com força o boneco de pelúcia do Capitão América contra o peito. Seu olhar estava calmo, mas seus olhos cansados não passavam despercebidos por mim.
— Pronto! Acabou. — disse a enfermeira com um sorriso reconfortante.
— Eu fui um hominho, tia. Não ganho um pirulito? — perguntou ele com a voz fraca, mas esperançosa.
A enfermeira riu, trocando um olhar cúmplice com o médico, que assentiu. Ela então