Depois de algum tempo observando Nando brincar, Rafaela olhou o relógio e suspirou.
— Eu preciso ir, Ana. Mas... obrigada por confiar em mim. De verdade.
— Obrigada por me ouvir. Por não me julgar. — respondi, abraçando-a.
Ela me apertou com força, como se quisesse me passar coragem através do gesto.
— A gente se fala, tá? E... qualquer coisa, estou aqui.
Assenti, com o coração aquecido por tê-la de volta na minha vida. Assim que ela se afastou, chamei Nando:
— Filho, vamos embora? Já está ficando tarde.
Ele veio correndo, com as bochechas coradas e os cabelos bagunçados.
— Tá bom, mamãe!
Entramos no carro e, assim que liguei o motor, procurei uma música animada para deixar o clima leve. Logo, a batida contagiante de uma música que ele adorava começou a tocar.
— Mamãe, é aquela que a gente dança!
— É essa mesmo, Nandinho! Vamos cantar?
E começamos a cantar alto, desafinados e felizes. Ele ria das caretas que eu fazia, e eu me perdia na alegria simples do momento. Era nessas horas que