Fátima Maria Martinelli
Ver aquela mulher chamando meu neto de bastardinho foi a centelha final. Meus dedos formigaram, minha respiração pesou, e antes que eu pudesse pensar nas consequências, minhas mãos já agarravam aquele coque fino e falso de madame desalmada.
Mas agora, enquanto arrastava Heloíse pelos corredores do hospital, cada passo era como se eu caminhasse sobre brasas não de dor, mas de indignação. O mundo precisava ver quem ela realmente era. A máscara de mulher rica e elegante já havia caído, e o que restava era uma alma apodrecida por dentro.
— Me solta, sua desequilibrada! — ela gritava, tentando se desvencilhar. — Vai acabar presa!
— Pode chamar a polícia, o Papa e até a Ana Maria Braga! — rosnei, mantendo a mão firme nos seus cabelos. — Mas hoje você vai me ouvir, sua víbora sem coração.
Empurrei a porta da saída lateral com o ombro e praticamente joguei Heloíse para fora do hospital. O sol da manhã a cegou por um instante. Eu aproveitei a hesitação.
— Agora você va