O abraço de Enzo era meu porto. Ali, entre os braços dele, eu me permitia desmoronar em silêncio, mesmo que só por dentro. A sala fria do hospital, os corredores estéreis, o som dos aparelhos… tudo parecia distante por alguns segundos enquanto eu sentia o calor do peito dele contra o meu.
Foi quando escutamos as palmas. Lentas, zombeteiras. E uma voz que eu jamais confundiria, por mais que desejasse esquecer.
— Que linda cena. Uma pena que todo esse amor seja desperdiçado num bastardo que logo mais deixará de existir.
Meu corpo enrijeceu. Me afastei lentamente de Enzo, virando-me na direção da voz. E lá estava ela. Heloíse. Com aquele sorriso cruel, os olhos apertados de deboche e a elegância calculada que só disfarçava sua podridão interior.
— Mãe? — Enzo deu um passo à frente, o rosto tomado por incredulidade. — O que você está fazendo aqui?
Ela deu um passo para dentro do corredor, como se estivesse entrando numa passarela.
— Ora, querido, vim visitar o bastardinho, sou e que ele