Um terrível encontro

—O quê? – Perguntou ela, mostrando-se surpresa pela minha decisão repentina. —Eu sinceramente te apoio amiga, mas você já tem um plano?

—Sim, mas por favor, não conte para Charlie. Vou procurar um emprego e me reerguer para a criar da melhor forma. Nunca mais ninguém fará minha filha sofrer!  Nem Alex, nem ninguém.

Era bom ter com quem contar. Conversar com Rose aliviou totalmente o peso da minha consciência.

Ela não me julgou, não houve críticas. Apenas apoio.

—Vamos, levante-se, pega suas coisas e as de Charlie também! – Disse ela me surpreendendo.

—O quê? – Perguntei ainda sem entender e então, ela segurou meu braço e me puxou até o quarto.

—Anda logo Ellie. Você já tomou uma decisão. Agora precisa dar o próximo passo!

—Rose, calma, eu ainda preciso me programar.

 Rose parou na minha frente, me encarando com seriedade.

—Não me venha com essa agora! Você entrou toda decidida e disposta a dar um grande passo. O que está esperando?

—E o que eu faço agora? Eu não sei por onde começar. Preciso de um lugar para ficar e ...

Ela me interrompeu.

—Somos amigas, Ellie. Acha mesmo que vou te abandonar nesse momento? 

—Rose...Eu não sei...

—Vem comigo e leve o tempo que precisar. Eu vou te ajudar!

Assim que ela falou aquilo, senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos.

Respirei fundo e peguei as minhas coisas sem deixar nada para trás. Sem arrependimentos, decidida a começar do zero e me reerguer. – Eu precisava começar a viver antes que fosse tarde demais.

Graças a Rose, assim que colocamos os pés para fora daquela casa, tudo pareceu mais...Leve.

Assim que fomos para a casa dela, Rose foi completamente anfitriã.

—Sintam-se em casa! - Disse ela e em seguida, Charlie me cutucou.

—Mamãe, por que estamos aqui? 

Respirei fundo tentando buscar pelas palavras certas e então, me abaixei para ficar na altura dela e a olhei nos olhos.

—Meu amor, estamos aqui porque é necessário. Assim que eu puder, prometo que lhe explicarei tudo.

—E o papai? Ele não vai vir nos buscar? – Perguntou ela, fazendo meu coração se partir em pedaços.

Os olhos dela começaram a marejar e então eu a puxei para um abraço forte.

—O papai ainda não pode vir filha, mas logo tudo irá se resolver!

Ela aceitou por um momento, mas depois chorou.

Os dias foram passando e foram ficando cada vez mais difíceis para ela; Charlie não sorria mais e a cada barulho no corredor, eu via a esperança surgir em seus olhos. – E desaparecer.

Eu precisava dar um jeito. Eu tinha que fazer o meu melhor; por mim e por ela.

Minha primeira decisão, foi procurar um emprego para eu poder colocar ela em uma escolinha com mais crianças. Assim, ela iria se distrair e não pensar mais em Alex. – Eu precisava de um lugar com um bom salário e com flexibilidades para eu me dedicar também a ela.

Antes de ter Charlie, me formei na melhor faculdade de Washington, sendo primeira colocada no curso de administração. Minhas notas eram tão altas, que ganhei uma vaga para trabalhar na melhor empresa de Washington.

Miller Corporation & Co.  – Mas recusei ao descobrir a gravidez, tendo que me casar em seguida para não envergonhar a minha família.

Agora, enquanto eu olhava Charlie no tapete, decidi tentar mais uma vez.

Abri o notebook e fiz rapidamente um currículo, enviando minhas informações para essa empresa novamente.

—Agora é só aguardar! – Falei, olhando para Charlie a vendo se ocupar com o gatinho.

Quando ouvi o celular de Rose tocar, ela logo me olhou com um semblante preocupado.

—Ellie, surgiu algo urgente no trabalho e eu preciso ir. Vocês vão ficar bem?

—Claro, não se preocupe com a gente. Eu me viro! – Falei e ela sorriu suavemente, saindo em seguida.

Olhei para Charlie e a peguei no colo.

—Chega de bagunça, que tal um banho? – Perguntei vendo-a se animar e logo fomos para o quarto separar as coisas.

Eu a coloquei na banheira e voltei para o quarto.  Quando olhei para o notebook, dei um leve salto ao ver uma resposta.

“Senhorita Carter, essa será a sua única oportunidade, mas precisa estar aqui em até trinta minutos.” – Disse o supervisor do RH.

Naquele instante, não havia o que ser feito. Eu não poderia perder aquela chance.

Tirei Charlie da banheira e a vesti, saindo correndo com ela no colo.

—Aonde estamos indo, mamãe? – Perguntou a pequena, me olhando com curiosidade.

—Para um lugar importante, mas precisa me prometer uma coisa, irá se comportar e ficar quietinha. Se fizer, te pago um sorvete na volta! – Falei estendendo o dedo mindinho para ela, vendo-a abrir um enorme sorriso.

—Fechado! – Respondeu ela, ainda com seu sorriso radiante.

Entramos no táxi e chegamos quase em cima da hora. Subi as escadas com a Charlie no colo e então, um homem com uma enorme carranca, me encarou.

—Em que posso ajudá-la? – Disse ele, olhando para a pequena.

—Oi, sou Ellie Carter! – Falei estendendo a mão. —Conversamos por e-mail e ...

—Essa criança é sua?

Sorri fraca, descendo-a do meu colo a vendo abraçar minhas pernas.

—Ah, sim. Essa é Char... - Antes que eu terminasse de falar, ele me interrompeu.

—Sinto muito, mas não pode entrar crianças! 

—O quê? – Perguntei aflita. —Por favor, senhor, eu vim assim que recebi o e-mail e não tive com quem a deixar. 

—Eu sinto muito senhorita, mas são normas da empresa. 

—Por favor me ajude! Eu preciso muito e estou apostando a minha vida nisso. Eu prometo que ela ficará quietinha e você nem vai perceber que ela está aqui. me ajude, por favor!

Ele suspirou.

—Tudo bem. Aguarde te chamar e não estrague tudo. – Disse ele se retirando.

Respirei fundo até as cadeiras ao lado. Assim que nos sentamos, olhei para Charlie e toquei o rosto dela.

—Filha, preciso ir rao banheiro. Pode ficar quietinha aqui e me esperar? – Perguntei a vendo sorrir e assentir, com um balanço de cabeça.

Eu me afastei, ainda a olhando algumas vezes antes de passar pela porta.

Assim que terminei e lavei minhas mãos, aproveitei para passar um pouco de água no rosto e respirar fundo.

De repente, uma voz grave e alta ecoou por todo o lugar.

Assim que a ouvi, a reconheci no mesmo instante e meu corpo inteiro congelou.

— De quem é essa criança? Estão achando que aqui e uma creche?

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