Aquilo foi... Ousado. Intenso.
Hesitei por um instante, pensando sobre o quanto aquilo era errado, mas quando vi, eu já havia sido dominada.
Aquele Homem...
A voz, o toque em minha mão; ele me conduzia e eu já não queria mais pensar nas consequências.
Quando percebi, eu estava deitada na cama, vendo-o se despir lentamente, me olhando sem pudor. Ele tirou o paletó e confesso que por baixo dele, a cena era ainda mais atraente.
A pele clara, o corpo forte e cheio de músculos definidos, o dragão tatuado na lateral que parecia ainda mais negro na penumbra do quarto... Exalava masculinidade, controle, domínio.
Ou talvez fosse só a bebida?
Olhei algumas vezes para a tela do meu celular tentando esconder a decepção, vendo aquela foto no protetor de tela. - Uma família feliz que nunca existiu.
Minha mente gritava o quanto eu estava errada só por estar ali; eu era mãe de uma menina de três anos, isso não era algo certo a se fazer.
Por um instante pensei em fugir, mas já era tarde.
Ele se aproximou devagar, como um predador que aguarda ansioso pelo momento antes do ataque. O corpo dele era quente, vasto, grande. - Eu estava perdendo a cabeça só de olhar.
Senti o calor do corpo dele de encontro ao meu, quase queimando a pouca distância que nos separava.
E então, ele segurou o meu rosto com firmeza, me olhando nos olhos como um animal felino. E então, a voz dele ecoou por todo lugar, perigosa, controladora e excitante.
— Eu não sei o que te trouxe até aqui essa noite, mas saiba que eu não vou te deixar ir. Você agora me pertence.
Pronto. Ali sumiu qualquer esquivo de sanidade!
E quando suas mãos deslizaram por minhas coxas abrindo minhas pernas com uma mistura de reverência e posse, eu me vi nua, exposta não só no corpo, mas também na alma.
E tudo pareceu parar em nossa volta.
Tentei virar o rosto, tomada por um rubor súbito de vergonha, mas a voz dele me puxou de volta como uma ordem.
— Olhe para mim, princesa. Você é absolutamente deliciosa... e agora, quero que confie em mim.
Antes que eu respondesse, ele já estava ajoelhado entre minhas pernas.
Senti os lábios dele tocarem o meu íntimo como um animal faminto. Como se a vida dele dependesse apenas daquilo
— Aaahhh... que delícia... — A frase escapou sem aviso, bruto e cheio de desejo. E como resposta, ele apertou ainda mais seus toques em minhas coxas.
A língua dele explorava cada centímetro da minha intimidade, me chupando como se eu fosse inteiramente dele.
Ele me devorava com fome, sem freio, sem pudor.
E cada vez que ele diminuía o ritmo e voltava com mais vontade, eu puxava os cabelos dele, rebolando contra seus lábios.
—Isso... não para...- Eu pedia como se estivesse a ponto de um colapso. E ele sabia.
Ele trouxe seus dedos até o meu ponto mais sensível e começou a movê-los enquanto ainda brincava de me degustar como sua sobremesa favorita.
Eu estava no meu limite; meu corpo se curvava...Os gemidos que saiam dos meus lábios eram irreconhecíveis até mesmo para mim.
E de repente, não consegui me segurar...Fui ao meu limite, sem conseguir conter os meus gritos, chorando de tesão.
— Tão doce... — murmurou ele contra mim, com a voz grave carregada de desejo. — Relaxa, princesa...Isso é só o começo.
A noite passou como um borrão; eu realmente havia relaxado tanto que não percebi ter adormecido.
E de repente, uma voz ecoou pelo quarto me despertando.
— “O que foi agora? – Houve uma pausa e então, ela continuou, me causando arrepios. — Mantenha-os ocupados. Eu já estou indo!”
Instantes depois, ouvi a porta bater.
Me sentei na cama e respirei fundo, olhando em volta.
—Homens...São todos iguais! – Falei soltando um riso irônico, me levantando para pegar minhas roupas e me vestir.
Assim que sai do quarto, descobri antes de ir embora que, toda a conta já estava paga. – Ao menos isso ele fez, antes de sair sem se despedir.
Chamei um táxi e voltei para casa; já era de manhã e eu havia fugido completamente da minha realidade. Assim que ameacei passar pela porta, esperei mais um pouco do lado de fora, tentando esconder a minha própria vergonha.
Abri a minha bolsa, encontrando uma bala de hortelã e peguei o desodorante, borrifando contra a minha roupa para disfarçar o cheiro impregnante do álcool. - Eu precisava esconder a culpa que estava sobre os meus ombros!
Respirei fundo e aguardei alguns minutos antes de entrar.
Assim que passei pela porta, vi Rose na mesa ao lado de Charlie, tomando café juntas.
Ela me olhou e não foi nenhum espanto me ver chegar àquela hora, já que havíamos nos falado por mensagem e ela me apoiou que ficasse fora até que eu me acalmasse.
De repente, a vozinha doce e estridente soou.
—Mamãe! – Disse a pequena, correndo até mim com os braços abertos. —Mamãe, cadê o papai?
Assim que ela perguntou, eu a abracei de volta, levantando o olhar para Rose que, me deu de ombros, mostrando-se indiferente.
Sorri fraca e me abaixei até ela para a abraçar.
—Desculpa querida. O papai teve um trabalho muito importante e não conseguiu vir, mas ele vai compensar assim que voltar! – Menti mais uma vez.
Eu odiava ter que fazer isso, mas as vezes, devemos tentar tampar o sol com a peneira. Não funciona, mas ganhamos tempo.
—Ah, entendi! – Disse Charlie com um timbre de voz triste, se soltando de mim e voltando para a mesa, tentando comer o cereal.
Eu sabia que não seria fácil, mas eu precisava fazer o meu melhor por ela. Custe o que custar.
Respirei fundo e olhei Rose, acenando com os olhos para o quarto.
— O que está acontecendo, Ellie? Por que sumiu desse jeito? – Perguntou ela me olhando confusa.
Eu me virei de costas e passei as mãos nos cabelos, tentando conter a montanha russa de sentimentos que passava sobre mim.
—Rose...- Falei me virando para olhar. —Eu não aguento mais, vou me divorciar!