Ellie Carter -
O caminho até o necrotério pareceu durar uma eternidade.
O carro da polícia seguia em silêncio atrás de nós, e o som do motor do carro de Félix era a única coisa que me mantinha consciente.
A cidade passava pelas janelas como um borrão; prédio, postes, pessoas, luzes, tudo não tinha forma.
Aquele silêncio dentro do carro, parecia me consumir aos poucos. Até que finalmente, Félix o quebrou ao chegarmos na porta do IML.
— Ellie, tem certeza de que não quer que eu entre com você? – Perguntou ele, me olhando com pena.
Eu respirei fundo, engolindo qualquer vestígio de choro e medo e então, coloquei um sorriso forçado nos lábios. – Mas ele entendeu o motivo.
—Não precisa. Eu não vou demorar. – Falei levando o olhar para Charlie no banco de trás. —Você vai se comportar com o tio Félix, não é, querida?
—Sim mamãe. – Respondeu ela com um sorriso, completamente alheia do que estava acontecendo. —Mamãe, quem a senhora vai visitar?
Aquela pergunta me pegou de surpresa.
Levei o olha