Ellie Carter –
Fazia pelo menos uns quatro dias que eu não tinha notícias de David.
Naquela manhã, tudo estava estranhamente silencioso. O tipo de silêncio que não é paz, mas algo que não se ignora.
O relógio na parede marcava dez e quarenta e cinco.
Eu já havia revisado o mesmo contrato três vezes e ainda assim, não conseguia focar em uma única linha. As letras pareciam embaralhar diante dos meus olhos cansados.
Charlie estava sentada na pequena mesa ao lado da minha, cantarolando uma música baixinho enquanto coloria um desenho. O som do lápis arranhando o papel era a única coisa que quebrava o vazio da sala.
De vez em quando, ela me olhava e sorria — aquele sorriso que sempre conseguia me manter de pé, mesmo quando tudo parecia desabar.
Fazia dias.
E nesses dias, nem uma mensagem, uma ligação, nada.
Nem Augusto atendia o telefone.
Fingi que não me importava — que era normal ele sumir por causa de trabalho.
Mas no fundo, algo em mim sabia que não era.
Peguei outra pilha de papéis, te