(Ethan)
A irmã do bruxo me olhava com olhos vazios, perdidos entre planos que eu não alcançava. O irmão dela repetia um feitiço em voz baixa, com a manta nas mãos, a mesma que os filhotes usavam antes de serem raptados. As palavras que ele dizia não faziam sentido, mas tinham peso. O ar ao redor parecia vibrar com magia antiga.
De repente, sangue escorreu do nariz dele.
— Não dá... — ele disse, ofegante. — Eu não vejo mais nada.
— Impossível. Pegamos a rota que você disse que eles poderiam estar e paramos aqui? No meio do nada? — questionei, cruzando os braços com raiva contida.
— Eu não sinto mais nada. É como se houvesse uma energia ancestral bloqueando tudo. Impedindo a visão.
— Mas não há outro feitiço? Com sangue, ou sei lá o quê? — perguntei, sem paciência.
Ele arqueou a sobrancelha.
— Achei que vocês não aceitassem esse tipo de coisa assim tão facilmente.
— Porra, Orion... são filhotes. Filhotes pequenos. Eu faço qualquer coisa.
A irmã dele me tocou no braço. Ia dizer