A música preenchia os corredores com elegância. O perfume das flores, o brilho do salão, os cristais tilintando com brindes — tudo parecia perfeito. Mas por trás da cortina da festa, algo pulsava. Algo que ninguém ousava nomear.
Mike passava os olhos pela sala cheia. Estava impecável: terno alinhado, barba feita, olhar sério. Mas só quem o conhecia de verdade saberia o quanto ele estava desconcentrado. Tenso. Pronto a explodir.
Yanika havia entrado.
O vestido preto que ela usava colava-se ao corpo como um segundo tecido. Decote leve, costas nuas, uma fenda lateral que deixava visível parte da coxa. Cabelos soltos. O rosto corado. A boca entreaberta.
Mike parou de respirar por dois segundos.
— Aquilo é... a babá? — perguntou sua mãe, Helga, erguendo uma sobrancelha alemã impecavelmente delineada.
— Hm — resmungou o pai russo, sem tirar os olhos dela. — Tem algo naquela menina.
Miley, a irmã mais nova, estava ao lado deles e sussurrou com um riso malicioso:
— Aposto que é por e