Acordo com um sobressalto ao sentir meu estômago roncando alto, a fome me atormentava desde o momento em que cheguei. No navio, a comida era racionada, e havia outras mulheres comigo, de etnias diferentes. Foi assim que descobri que não estava fugindo para outro país, mas que tinha sido vendida. Uma jovem britânica chamada Betana, que falava um pouco de russo, revelou que também foi enganada. Ofereceram-lhe emprego e moradia, prometendo um salário exorbitante para trabalhar como modelo. Infelizmente, era tudo mentira, e aqui estamos nós.

Para nossa tristeza, ou talvez felicidade, não sei ao certo, dividiam os restos de comida entre nós cinco. O destino das outras três mulheres desconheço, mas quando cheguei aqui, percebi que as condições precárias em que vim não eram apenas porque era o único método de sair sem meu irmão notar, mas também para que ninguém, nem mesmo as autoridades, percebessem.

Todo o meu corpo estremece e a fraqueza nos ossos me faz ofegar. Estou cansada, com dores