MARIA AMARAL
Depois de ligar para Branca, fico sentada no sofá, com pés encolhidos e cabeça baixa. Várias conversas definitivas com Amaymon passando pela minha cabeça. Em nenhuma delas tem final feliz. Ele nem dormiu comigo. Aquele bilhete só pode significar que acabou, foi uma transa final, uma prova que ele não precisa de tanta dor de cabeça por sexo. Afinal, o conheci em uma casa para isso. E um filho não prende ninguém. Eu sabia disso. Meus planos envolviam o conquistar e engravidar. Parece que só consegui a metade.
Suspiro.
— Maria? — ouço a voz de Branca. Nem a vi chegar. — O que houve, amiga?
Ela se aproxima e senta ao meu lado. Está linda e radiante, com seus cabelos escuros soltos e um vestido de gravidinha. Enquanto eu me enfiei no primeiro moletom e blusa que achei. Meu corpo idiota acha tudo feio, só quer saber das camisas de um certo rabugento.
— Só me abraça. Pode ser? — peço.
— Claro.
Quando Branca me abraça, se abre a represa novamente. Não sei de onde saem tantas lág