84. Desespero
Damon Thorn
A floresta era só cheiro de sangue, carne rasgada e dor. Eu rasgava, mordia, dilacerava qualquer um que se pusesse na minha frente. Não havia pensamento humano. Só instinto. Só o Alfa. Meu pelo estava encharcado, a mandíbula travada, a garganta seca de tanto rosnar. Os uivos dos meus lobos se misturavam aos gritos de desespero dos invasores.
Kael surgiu no meio da clareira, olhos de fera, o sorriso sádico coberto de sangue. Ele era forte, mas não mais forte que minha fúria.
"É tudo o que tem, Damon?" ele gritou, cuspindo sangue no chão. "Vai perder tudo por causa de uma humana? Seu território, sua honra, sua alcateia... Você se esqueceu do que é ser lobo."
Eu pulei sobre ele, garras contra peito, dentes contra garganta. A luta era selvagem. Nos rolamos na lama, quebrando galhos, esmagando terra. Senti meus dentes cortarem a pele dele, o gosto de sangue invadindo minha boca. Ele gritou, tentou se soltar, mas eu era o Alfa, e não ia deixar barato.
"Você nunca vai me vencer,