O cheiro de terra úmida e sangue seco preenchia o ar da caverna. O som da água pingando em pedras ecoava como um relógio lento e ancestral. Damon despertou com o corpo dolorido, os músculos enrijecidos e o gosto amargo de ferro na boca. A primeira coisa que sentiu foi o frio. A segunda, a ausência de dor total — ela havia sido contida.
Abriu os olhos devagar.
Estava deitado sobre um colchão improvisado de peles. As feridas em seu peito e braço haviam sido limpas. A respiração estava pesada, mas constante. Ele olhou em volta, confuso, até que viu.
Aurora.
Sentada em uma pedra próxima, envolta apenas por um manto fino que mal escondia os arranhões e hematomas. Os cabelos longos cobriam parte do rosto, mas os olhos… os olhos dourados ardiam na penumbra.
Ela não falou nada.
Damon também não.
Por longos minutos, só o som