A madrugada caiu densa, envolta em névoa e silêncio. Um silêncio estranho, pesado demais para ser natural. O vento não se movia. Nem as folhas sussurravam. Até os uivos noturnos haviam cessado.
Damon estava sentado à beira do penhasco, Kai adormecido em seus braços, o peito nu coberto apenas por um manto leve. Ele sentia que algo se aproximava. Não era só o frio. Era um presságio. A alma da floresta gritava em surdina.
Na parte baixa da aldeia, os guardas estavam inquietos. Um deles — jovem, inexperiente — caminhava em círculos próximos ao portão sul. Quando o cheiro invadiu suas narinas, foi tarde demais.
Fumaça.
Sangue.
Feras.
O primeiro grito cortou a noite como uma lâmina.
— INVASÃO! — rugiu o guerreiro, antes de ser engolido por uma sombra.
Em segundos, os portões de madeira foram arrebentados. Chamas começaram a surgir dos galhos secos, lançadas por tochas vindas da floresta. Flechas envenenadas voavam de dentro da névoa.
A alcateia rival havia chegado.
E à frente deles… estava