O som da água era distante. Como uma canção triste ecoando de outro mundo.
Aurora flutuava entre a consciência e o vazio. O frio era constante, como se tivesse se tornado parte dela. E então, algo mudou. Uma luz quente e prateada atravessou a escuridão.
A Lua.
Mesmo sob a água, mesmo ferida, traída e quebrada, a Lua não a abandonou.
Seu corpo envolto em sangue e folhas começou a brilhar. As marcas da loba, que sempre pulsaram em sua pele, se apagaram lentamente. Os traços místicos desapareceram. Os olhos dourados se fecharam. Quando o brilho cessou, Aurora não era mais uma loba.
Ela era apenas uma mulher. Mortal. Frágil. Humana.
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Três dias depois…
Um grupo de caçadores passava próximo ao rio, em uma região que poucos da alcateia conheciam. Homens comuns, que nunca ouviram falar em lobos que caminhavam como humanos. Quando encontraram o corpo