As Marcas da Escolha
O som do meu prĂłprio coração era tudo o que eu ouvia enquanto dava o primeiro passo. Cada mĂșsculo do meu corpo parecia pesar toneladas, como se a prĂłpria terra tentasse me impedir. Elariah, dentro de mim, permanecia em silĂȘncio â respeitava minha dor. Ou talvez estivesse tĂŁo dividida quanto eu.
A Deusa nĂŁo dizia mais nada. Apenas observava. Seus olhos eram luas suspensas na eternidade, e seu julgamento era silencioso como a noite.
Ă esquerda, Marco.
Ajoelhado, ferido, mas vivo.
Seu peito subia e descia com a respiração pesada de um lobo que amava demais. Korran rosnava por dentro, mas nĂŁo para mim â para ele mesmo. Era culpa, era desespero. Era a dor de quem amou e destruiu no mesmo gesto. Eu o sentia em mim, como uma cicatriz ainda viva. Marco nĂŁo pedia nada. NĂŁo implorava. Apenas esperava, como se soubesse que seu destino jĂĄ tinha sido escrito⊠por minhas mĂŁos.
Ă direita, Rafael.
E sua presença era como um poema antigo.
De pé, com o olhar firme, mesmo sabendo qu