O Corpo que Sonha, o Corpo que Queima
O teto era feito de folhas encantadas.
Brilhavam em tons suaves de dourado e violeta, como se respirassem.
Demorei a entender onde estava.
O corpo doía como se tivesse sido arrancado e remontado, músculo por músculo.
A marca sob minha costela ainda queimava em silêncio.
— Está viva — sussurrou uma voz.
Era Maelis, ajoelhada ao meu lado.
Toalhas mornas sobre minha testa.
Pétalas de lótus lunar flutuando na água ao redor da cama de pedra.
— Onde…?
— Um dos antigos refúgios da Irmandade.
Escondido até mesmo dos Supremos.
Você desmaiou no meio da fuga.
Tentei me erguer, mas uma vertigem me puxou de volta.
— E Thoren? Rafael?
— Estão aqui.
Machucados. Mas… ilesos.
— O Conselho?
— Silenciado. Por ora.
Mas não por muito tempo.
Fechei os olhos.
Senti o pulsar sutil no ventre.
— Ele… ou ela… ainda está comigo?
Maelis sorriu de forma estranha.
— Não apenas com você.
Mas em todos os sonhos ao redor.
— Como assim?
— Nas últimas noites, Thoren acordou gritando