🌒 Capítulo 63

O Corpo que Sonha, o Corpo que Queima

O teto era feito de folhas encantadas.

Brilhavam em tons suaves de dourado e violeta, como se respirassem.

Demorei a entender onde estava.

O corpo doía como se tivesse sido arrancado e remontado, músculo por músculo.

A marca sob minha costela ainda queimava em silêncio.

— Está viva — sussurrou uma voz.

Era Maelis, ajoelhada ao meu lado.

Toalhas mornas sobre minha testa.

Pétalas de lótus lunar flutuando na água ao redor da cama de pedra.

— Onde…?

— Um dos antigos refúgios da Irmandade.

Escondido até mesmo dos Supremos.

Você desmaiou no meio da fuga.

Tentei me erguer, mas uma vertigem me puxou de volta.

— E Thoren? Rafael?

— Estão aqui.

Machucados. Mas… ilesos.

— O Conselho?

— Silenciado. Por ora.

Mas não por muito tempo.

Fechei os olhos.

Senti o pulsar sutil no ventre.

— Ele… ou ela… ainda está comigo?

Maelis sorriu de forma estranha.

— Não apenas com você.

Mas em todos os sonhos ao redor.

— Como assim?

— Nas últimas noites, Thoren acordou gritando
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