A Filha Julgada pela Lua
A Pedra do Julgamento nĂŁo era apenas um lugar.
Era uma herança.
Um altar de pedra viva no meio da floresta, cercado por pinheiros ancestrais que pareciam curvar-se à sua presença.
Ali, lobos eram testados.
Ali, herdeiros caĂam.
Ali, mentiras sangravam e verdades viravam cinzas.
Cheguei antes do amanhecer.
O ar era frio.
E minha respiração saĂa como neblina, mas meu corpo nĂŁo tremia.
Marco vinha logo atrás, silencioso.
Seus olhos nĂŁo escondiam o medo.
NĂŁo do que fariam comigo.
Mas do que eu poderia me tornar depois.
— Ainda dá tempo de voltar atrás — disse ele, parando ao meu lado.
— Voltar para onde? — retruquei, encarando a pedra diante de nós. — Não existe mais o antes.
Ele nĂŁo insistiu.
Porque sabia.
Sabia que a garota que foi rejeitada na primeira lua…
nĂŁo era mais a mulher diante dele.
Selyra rugia em silĂŞncio dentro de mim.
Calma.
Mas atenta.
Como uma sombra viva presa sob minha pele.
Quando os anciĂŁos chegaram, a floresta ficou muda.
Velkan foi o primei