O Conselho da Lua Negra
A manhĂŁ nasceu pesada, como se as nuvens soubessem que a casa carregava segredos demais. O vento que entrava pelas janelas trazia o cheiro Ășmido da floresta, misturado a um aroma metĂĄlico distante⊠sangue. NĂŁo era apenas o resquĂcio da noite passada. Algo se aproximava.
Eu estava no salĂŁo principal quando ouvi os cascos ecoarem na estrada de pedra. NĂŁo eram viajantes comuns. A cadĂȘncia era precisa, autoritĂĄria, como se atĂ© os cavalos entendessem que carregavam mais do que homens â carregavam sentença.
O portĂŁo se abriu e trĂȘs figuras desceram das montarias. As capas longas, pretas como a noite, eram bordadas com sĂmbolos prateados em forma de meia-lua. O brasĂŁo do Conselho da Lua Negra. A simples visĂŁo fez Naira dentro de mim se agitar, os pelos eriçando, um rosnado baixo ecoando na minha mente.
Rafael jĂĄ estava no pĂĄtio, postura impecĂĄvel, o vermelho profundo de sua roupa contrastando com o preto dos visitantes. Marco surgiu ao meu lado, ainda pĂĄlido pelo que