O vento carregava o cheiro de algo errado.
Kael sentiu antes mesmo de atravessar a trilha que levava à fronteira norte. Seus sentidos estavam em alerta, o lobo inquieto sob a pele. Alicia o seguia de perto, os olhos dourados estreitados, farejando o mesmo rastro estranho que cortava o ar.
— Não é da nossa matilha — ela disse, franzindo o cenho. — Esse cheiro...
— É antigo — Kael rosnou. — Mas familiar.
Havia algo no perfume selvagem e adocicado que trazia lembranças sombrias. Uma presença que ele não sentia há anos, mas que jamais esqueceria.
Eles alcançaram a clareira próxima à pedra dos limites. A energia ali vibrava como um aviso silencioso.
E então, ele apareceu.
Vestia apenas uma calça preta, os pés descalços na terra. Alto, esguio, com músculos finos como lâminas escondidas sob a pele morena. Os olhos eram prateados como metal líquido. E seu sorriso... um corte afiado, sem humor.
— Draven — disse ele, como quem saboreava uma palavra maldita.
Kael avançou, ficando entre Alicia e