O céu estava carregado de nuvens, e o cheiro de chuva se misturava ao perfume da floresta. Alicia caminhava entre as árvores, tentando organizar os pensamentos. Caelus não era só um perigo. Ele era uma sombra viva do passado — e talvez a chave para compreender tudo o que lhe fora negado.
Ela parou ao lado de uma árvore retorcida e apoiou a mão no tronco. Sentia o pulsar da terra, como se algo dentro dela quisesse acordar de vez.
— Não é seguro andar sozinha — disse uma voz atrás dela.
Kael.
Alicia não se virou.
— Desde quando me deixar respirar é considerado perigoso?
Ele parou a alguns passos.
— Desde que Caelus entrou no jogo.
O silêncio entre eles era espesso. A tensão, constante.
— Por que você nunca me contou sobre ele? — ela perguntou, finalmente o encarando. — Sobre o que ele fez com a minha mãe?
Kael desviou o olhar para o horizonte, o maxilar trincado.
— Porque reviver aquela história me custa mais do que você imagina.
— Mas é minha história também, Kael.
— Eu sei.
Ele deu al