Cássia observava Kalel do canto do olho, com julgamento. Ele, por sua vez, retornou ao quiosque com um sorriso vitorioso. Tinha vendido tudo e, ao ver Cássia se aproximar do balcão com a mesma seriedade de sempre, seu sorriso se alargou em orgulho de si mesmo.
— Vendi tudo! — ele exclamou, eufórico, tirando notas de dinheiro do bolso.
— A maioria pagou por Pix!
Ele estendeu o dinheiro para ela, com os olhos brilhando.
— Agora você pode me dar atenção?
Cássia, que já estava contando e organizando seu próprio dinheiro com uma expressão cética, nem sequer olhou para as notas na mão dele.
— Você acha que eu já acabei? — ela disse, com um tom de sarcasmo.
— Ahhh, se fosse fácil assim. Vou trabalhar o dia todo na praia.
Ela levantou o olhar para ele, a intensidade em seus olhos era um aviso.
— Você não precisa fazer nada disso, porque, realmente, nada vai mudar a nossa realidade.
Kalel suspirou, com a exaustão se misturando à frustração. Ele havia insistido, oferecido tudo, e ainda assim