O fim da tarde caía sobre a vila, tingindo o céu com tons de âmbar e coral, enquanto a brisa morna, vinda do mar, acariciava suavemente as folhas das palmeiras. Bruna, sentada na varanda da pousada, observava o horizonte como quem busca respostas no movimento das ondas. Ao seu lado, Gabi surgiu silenciosa, com duas taças de vinho nas mãos e aquele olhar provocativo, sempre carregado de uma leveza que Bruna invejava em segredo.
— Trouxe algo pra ajudar você a parar de pensar — disse, estendendo uma das taças.
Bruna sorriu, aceitando o convite tácito e o vinho, mas permaneceu silenciosa, olhando a espuma branca que se desfazia sobre o mar.
Gabi sentou-se ao lado dela, as pernas cruzadas de maneira displicente, deixando à mostra a coxa bronzeada sob o short curto. Ela inclinou-se, apoiando o cotovelo no encosto da cadeira e, com o outro braço, pousou a mão suavemente sobre a coxa de Bruna, num gesto quase inconsciente, mas cheio de familiaridade.