Os dias seguintes ao luau transcorreram lentos, como se o tempo, por pura provocação, decidisse esticar-se, espreguiçando-se sob o calor morno das manhãs e o frescor silencioso das noites. Bruna caminhava sozinha pelas trilhas arenosas da vila, os pés descalços, sentindo a textura da terra quente sob a pele, enquanto dentro de si o solo era outro: movediço, úmido, inquieto.
Cada passo parecia reverberar em ecos silenciosos, ressoando perguntas que ela mesma não ousava formular por completo.
Na memória, o beijo com Jae-Hyun surgia como uma maré teimosa, que recuava, mas sempre retornava, com mais força, molhando-lhe os pensamentos e embriagando-lhe os sentidos. O toque dele, tão firme e, ao mesmo tempo, tão respeitoso; o calor das mãos envolvendo a sua cintura; o gosto da boca, salgado, quente, urgente…
Por que, então, fugia?
Sentava-se à beira da praia todas as tardes, em um dos pontos mais desertos, onde as rochas se estendiam mar adentro e