* Universo paralelo de Seduzida pelo Traficante e Prostituta do Morro do Alemão* Marcela Matarazo em seu aniversário de 19 anos, pediu a única coisa que ainda não tinha: alguém para amar. Naquela mesma noite, beija um desconhecido, sem imaginar que ele a encontraria no dia seguinte e que seria capaz de a levar para o céu, tão rápido como a levaria para o inferno, direto para sua destruição. Instagram da autora: J.C.Rodrigues Alves_escritora
Leer másTiro meu braço de dentro da terra, o erguendo o mais alto que posso, até segurar na terra firme ao redor.
Puxo meu corpo com dificuldade, tossindo quando tento respirar fundo.
Estava escuro, a única luz que via era de postes distantes.
Ao meu redor podia ouvir os grilos cantando, o vento balançando os topos das árvores e o mato ao redor.
Levo minha mão para o lado direito do meu peito, notando a dor incômoda latejante. Me dando conta aos poucos do que havia acontecido.
Minha respiração entre corta, ao tirar com dificuldade o que deveria ser meu celular do bojo do croped. Digo isto, pois havia uma bala metalizada bem no meio da tela do aparelho.
O que me impediu de ser morta pela pessoa que amava e confiava.
Sinto minhas pernas francas e bambas, quando levanto, olhando novamente ao redor em busca de uma saída.
Acreditando ser a única solução, caminho em direção das luzes. Uma forte garoa começa, me deixando completamente molhada instantes depois.
Tive que atravessar um matagal extenso, me deparando com uma espécie de barranco no final, no qual escalei com dificuldade.
Ando pelas ruas que acreditava que conhecia tão bem, me sentindo completamente perdida. Como se não fizesse parte daquele mundo, em outras palavras, como se já não pertencesse mais aquele mundo.
O que me fez me questionar se estava viva ou agonizando naquela cova.
- Moça, você está bem? – Pisco atordoada, procurando a voz distante.
Uma mulher vem na minha direção hesitante, olhando para mim com os olhos arregalados.
- Está tudo bem? Quer ajuda?
Franzo o cenho, querendo gritar tudo o que havia acontecido. Mas só consigo ficar ali parada, sentindo as lágrimas deslizar pelo meu rosto.
- Está com dor? – Assinto devagar – Meu Deus! – Ela olha ao redor desesperada – Alguém ajuda! – grita.
Não me ajudaram quando precisei. Por quê fariam agora?, o pensamento surge de repente, trazendo uma lembrança.
Fecho os olhos, segurando minha cabeça entre ás mãos, tentando segurar o choro. Sentindo meu corpo fraco e suando frio.
Havia algo de errado...
Um casal se aproxima, a mulher conversa com ambos, me guiando pelo braço gentilmente em seguida até um carro.
Tudo acontece muito rápido em seguida.
Num instante estava no carro envolvida por três vozes agitadas e no outro, havia uma enfermeira em minha frente me examinando.
- Consegue me dizer o que aconteceu? – pergunta de repente, me trazendo para a realidade com variáveis sons externos – O que aconteceu? – insisti.
- Estou grávida – digo hesitante. Quando simplesmente a informação brota na minha boca.
- Certo – Ela diz devagar – Qual seu nome?
Meu nome...
- Marcela – Tremores surgem pelo meu corpo, primeiro devagar e depois com mais intensidade.
Estava esquecendo de alguma coisa...
- O que está sentindo, hein? – Ela me examina novamente – Merda – Resmunga baixo, quando mede a glicemia no meu sangue, saindo da pequena sala com rapidez.
Encaro a porta aberta, tentando me manter ereta sentada em uma cadeira, sendo invadidas aos poucos por lembranças.
Como eu falei, meu nome é Marcela. Vou contar como conheci um dos traficantes mais perigosos do Rio de Janeiro e como o amor ele me “matou".
Dou um gemido abafado, me movimentando para frente e para trás num cavalinho de madeira no pré-parto.Não sabia que para parir, precisava passar pelo inferno, não já não tivesse passado por ele uma vez, mas aquela segunda vez estava acabando comigo.Estava desde dás 4 e meia da manhã em trabalho de parto. Havia começado com contrações leves, fora de ritmo e espaçadas.Achei que não era motivo para tirar Rubinho de seu sono, então aguentei até ás 7 da manhã, foi quando se intensificaram e ele me encontrou desde do final da madrugada, andando de um lado para o outro na sala.&n
Abro meus olhos, encontrando os olhos tristes de Rubinho. Sua aparência era cansada e só o olhando bem, que percebi que estava mais magro.- Não quero acabar com o clima, mas... - diz hesitante - você tem que sair daqui.Franzo o cenho sem entender.- De preferência agora.- Por quê? - Eu havia aberto meu coração para ele pela primeira vez e a reação que tinha, era me mandar embora?- Vão vir deixar minha janta e se ele ver você aqui, vai atirar primeiro para perguntar depois - Levanto no mesmo instante, segurando com força o alicate em minha mão.- Acha mesmo que vou embora? - pergunto andando de costas, para atrás da porta.- Marcela, não - diz ele sério - Vai embora daqui
Naquela mesmo noite, em baixo de chuva, dirijo para o Complexo do Alemão. Decidida em descobrir o quê havia acontecido com Rubinho.Como sabia que por volta daquele horário, Antônia sempre ia para aquele lugar, a esperei sair de casa e a segui até o barraco no meio do nada.Pela próxima uma hora, tentei ficar o mais confortável no banco, mesmo sabendo que seria uma tarefa difícil, pelo tamanho da minha barriga e por não conseguir ficar mais tanto tempo deitada, devido as dores incomodas. Por volta das onze da noite, Antônia resolve ir embora, usando a blusa de frio que vestia para se proteger da chuva ao andar até seu carro vermelho. Quando ela vira a esquina, desço do carro com um ali
Sentada na privada de um reservado, mexo no celular impaciente, quando alguém entra no banheiro, apertando o botão de áudio do WhatsApp.- Já estou aqui. Cadê você? - pergunta, tirando o dedo de cima do botão.Fechando os olhos, inspiro o ar lentamente, abrindo a porta do reservado, inclinando a cabeça quando nossos olhares se cruzam no espelho.Bianca arregala os olhos, abrindo e fechando a boca, sem conseguir emitir qualquer barulho.Calmamente caminho até a porta, a travando com uma barra de ferro, que havia levado para aquela ocasião.- Você parece meio surpresa em me ver - digo parada perto da porta.- Voc&
Algumas semanas depois, resolvi sair novamente. Dessa vez, minha barriga estava um pouco maior.Era final de tarde e queria saber o quê Gael estava aprontando.Por causa do horário, o movimento nas ruas era reduzido, principalmente na rua onde Gael morava.Atrás de um carro, encaro a casa não muito distante de onde estava, vendo quando o carro de Rubinho entra na rua, parando em frente da casa.Ele desce do veículo com uma sacola de loja, entrando na casa sem olhar para os lados.Ver ele tão perto e ao mesmo tempo longe, trazia o lado humano que não
Meses depoisNão foi difícil entrar na casa de Jô e pegar os 500 mil reais.Como o dia só começava naquela casa a partir das oito, não foi difícil entrar, a porta da frente dormia aberta, então facilitou minha entrada e minha ida até o quarto.Minhas malas ainda estavam no mesmo lugar. Na cama em baixo da minha, Lidiane dormia em sono profundo, assim como Katiane e Kauane.Por alguns segundos, me coloco ás observá-las, como um fantasma, já que me sentia como um.Elas não pareciam ter ideia do que havia acontecido comigo.Talvez nunca soubessem e conhecendo um f
Último capítulo