PROMESSA E RECOMEÇO

Três meses haviam passado desde o acidente.

O tempo, com sua paciência silenciosa, transformara a dor em cicatriz e a cicatriz em lembrança. Nicola, agora completamente recuperada, já andava pelo jardim do condomínio com as gêmeas no colo — Francesca e Antonella, que começavam a pronunciar as primeiras palavras com aquele balbucio doce que curava qualquer ferida.

O sol da tarde filtrava-se pelas janelas da sala quando a campainha tocou.

Nicola estava distraída, brincando com as meninas, quando viu Luchero entrar acompanhado de dois homens: Vitório, seu irmão, e Emílio, seu pai.

Luchero trazia no olhar aquela firmeza serena que só aparece quando um homem tem plena certeza do que quer. Vestia-se de modo simples, mas havia nobreza em cada gesto.

— Posso entrar? — perguntou, com um sorriso contido.

— Sempre — respondeu Nicola, ajeitando as meninas no tapete. — Mas você veio com reforço hoje.

Vitório riu. —