O quarto estava habitado por uma luz pálida e morna, aquela claridade que parecia proteger as coisas frágeis do mundo.
O apito suave dos monitores marcava a respiração cadenciada da madrugada.
Lucchero respirou fundo ao atravessar a porta — cada passo uma mistura de alívio e temor — e, ao ver Nicola abrir os olhos, sentiu como se a própria sala se curvasse em bênção.
— Você voltou — murmurou ele, a voz embargada, aproximando-se com cuidado.
Nicola ergueu a cabeça, ainda com a face marcada pelos curativos e pelo sono pesado da anestesia.
A primeira pergunta saiu como instinto, urgente e maternal:
— E as meninas? Estão bem?
Ele sorriu, um sorriso que tentava ser firme e transparente ao mesmo tempo.
— Estão bem. Francesca e Antonella estão bem. Dormiram um pouco antes de você chegar.
Eu as trouxe para cá depois que a enfermeira trouxe notícias.
— Ele fez uma pausa, as mãos tremendo levemente ao pousar na be