As Mantas e os Pontos de Amor

O dia seguia silencioso no escritório.

Luchero revisava relatórios, mas os números pareciam flutuar diante do monitor, seu olhos pensativos.

Desde a consulta, as palavras da médica ecoavam em sua mente — “duas meninas” — e, junto com elas, o vazio da reação de Chiara, ele não conseguia esquecer.

Uma batida suave à porta o trouxe de volta, e

Nicola entrou com um bloco de anotações nas mãos e aquele sorriso sereno que sempre parecia acalmar o ambiente.

— Com licença, senhor, trouxe os contratos para revisão. — disse, pousando os papéis sobre a mesa.

Ele assentiu em silêncio, e ela percebeu o olhar distante.

— Está tudo bem senhor Luccero? — perguntou com delicadeza. — Desde ontem o senhor parece tão pensativo.

— Estou bem, só pensando. — respondeu num tom baixo. — Só tentando compreender certas atitudes das pessoas.

Nicola hesitou por um instante, mas a ternura venceu o receio.

— Po