NARRAÇÃO DE LARA GASPAR...
Pude ouvir as batidas do meu coração, o sangue pulsando sobre as minhas veias, a pele estava ligeiramente arrepiada pelo medo. A boca seca, sempre boca seca... Meu corpo suava, até os meus pés estavam suados e escorregadios dentro do meu sapato social.
Sentia tudo isso ao ficar na frente do espelho, sentada em uma cadeira. Observei pelo reflexo, Andrea fazer o meu cabelo, olhei meus dedos trêmulos, estavam pintados de vermelho. Andrea sabe fazer uma unha bem feita, o nervosismo é tão avassalador, que senti vontade de roer as minhas unhas, mas eu iria estragar o trabalho dele. Novamente olhei pelo reflexo do espelho, inspirei ao lhe fitar.
- Andrea, me diga. Como ela é?
- Sem comentários ragazza, fica quietinha... Estou quase terminando. - Engoli a vontade de enchê-lo de perguntas, afinal, não iria mudar nada mesmo. Mas uma coisa é certa, meu coração não deseja esse encontro, não desejo ficar na frente para uma mulher que me abandonou no orfanato, deixando e