NARRAÇÃO DE MATIAS...
Achei que a parte mais difícil daquele dia seria sair do quarto da Lara sem tocá-la como meu coração pedia. Mas consegui honrar a promessa que fiz ao meu antigo amigo — hoje meu sogro.
Só que o amanhecer deixou claro: o pior ainda estava por vir.
A casa virou um campo de batalha. Gritarias, surtos, ofensas. Luna estava fora de si, enquanto Miguel tentava, inutilmente, lhe explicar que não podia mais tolerar ameaças à própria família.
Desci as escadas para ajudá-lo de alguma forma. Ele tentava conter aquela mulher, sua esposa de fachada, para que não destruísse cada móvel da sala.
Me aproximei, assustado. Miguel me sinalizou com a mão para ficar calmo. Mas ela aproveitou o momento para esbofeteá-lo. Com raiva nos olhos, ele quase foi pra cima dela. Eu me joguei no meio, impedindo que perdesse o controle.
Andrea, despertado pela gritaria, também desceu. Miguel afastou minhas mãos e encarou Luna, que continuava o surto, quebrando tudo ao redor.
— Amanhã quero todas