NARRAÇÃO DE LARA GASPAR...
Estava difícil engolir toda a história sem sentir um enorme pesar pelo meu pai. Ele sofreu, Petrina afirmou o quanto ele lhe fez bem, tão bem à ponto dela nunca se casar com outra pessoa, vinte anos reprimida. Uma coisa é certa, existem duas vítimas, eu e meu pai...
Mas pensando bem. Petrina me ganhou aos dezessete anos, era menor de idade. Talvez pelas ordens e persuasão lhe trouxe esta decisão. Uma coisa pude compreender, a sua escolha de não abandonar-me. Admirei o seu instinto materno, eu sempre senti o seu amor, apenas queria mais para mim.
Porém ainda assim havia uma imenso bloqueio por ter me ocultado tudo por longos dezenove anos.
Eu realmente não tinha palavras, normalmente quando fico nervosa, eu falo muito. Mas pela primeira vez, não consegui dizer uma única palavra.
Ao retornar para o meu apartamento, ela seguiu-me em silêncio, não consegui nem mesmo impedi-la, apenas queria o meu quarto, queria dormir e tentar ter uma amnésia repentina, para n