NARRAÇÃO DE LARA GASPAR...
Ana Caliana, como posso mencionar sobre a existência dela em minha vida? Às vezes tentava me recordar do primeiro dia em que a conheci, mas nunca fui capaz... Ela sempre esteve ali. O que me machuca, não é saber que ela é a minha mãe, afinal eu queria isso, mais do que tudo na minha infância, mas a maior dor é saber que ela mentiu para mim, a vida toda. Ela contava-me tantas histórias incríveis, ela empurrava-me no balanço, ensinando sobre a ciência da natureza, ela sentava comigo e ajudava-me na tabuada. Seu olhar gentil era voltado apenas para mim, ela tratava outras crianças com carinho, mas nada comparado à mim. E eu amava me sentir amada, achava que ela poderia ser minha mãe-social para sempre.
Acho que perdi as contas das vezes em que pedi para ela me adotar, a desculpa era sempre a mesma. "Eu não posso, minha família não permite."
Na verdade ela deveria falar. "Eu não posso te levar para casa, pois sua família não te aceita." Seria doloroso, mas ser