VICTOR
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Entrar no condomínio foi a parte mais fácil. Eu já sabia que a Brenda não era cuidadosa com os próprios segredos, e aquilo, por si só, dizia muito sobre ela. Uma mulher que sempre acreditou que podia manipular qualquer situação jamais se lembraria de apagar meu nome da lista de visitantes autorizados. Era típico dela.
Enquanto manobrava o carro, minha mente já trabalhava em três frentes diferentes, encontrar uma vaga sem chamar atenção, escolher um esconderijo razoável e criar um plano que expusesse a verdade sem que precisássemos invadir ou nos precipitar. Eu não podia correr o risco de Zoe tomar uma decisão impensada. Ela estava abalada demais para isso.
A ideia surgiu quase como um estalo, como se fosse um presente de um ser superior em meio à minha mente caótica, ligar para a Brenda, fingindo que estava prestes a chegar. Simples. Rápido. E, com sorte, devastador.
Quando percebi a ansiedade da Zoe explodindo em olhares impacientes e palavras afiadas, eu pedi pra ela espera