Eu nunca fui de falar sobre a minha família. Não por vergonha, mas porque havia algo em mim que sempre preferiu manter certos assuntos guardados a sete chaves. Meus pais me deixaram uma herança considerável, uma segurança que poderia ter mudado o rumo da minha vida há muito tempo. Mas eu nunca toquei naquele dinheiro.
Não era por orgulho, tampouco por descaso. Era por convicção. Eu queria ser capaz de construir meu caminho sozinho, sem depender do suor que não foi o meu. Sempre pensei que aquele dinheiro deveria servir para os meus filhos, e não para mim. Talvez fosse minha forma de honrar a memória deles. Talvez fosse apenas medo de me acomodar.
Também nunca falei disso com a Brenda. Não sei explicar o porquê. Talvez, no fundo, eu soubesse que aquele casamento não duraria para sempre. Havia algo nela que nunca me passou confiança por completo. Eu ignorei os sinais porque era mais fácil acreditar que estávamos bem. Hoje, olhando para trás, vejo que eu já intuía o fim.
Meu pai costumav